O número de roubos nas ruas da Grande Vitória aumentou este ano. Do total de vítimas, 62% são do sexo feminino |
Nos primeiros oito meses deste ano, o número de assaltos em vias públicas da Grande Vitória aumentou em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 1.564 contra 1.270. Para piorar, desse total, 62% foram praticados contra mulheres. As estatísticas são da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) e do Centro Integrado Operacional de Defesa Social (Ciodes). O coordenador do Ciodes, major Nylton Rodrigues, destaca que isso se dá, simplesmente, pelo fato da fragilidade do sexo feminino. Fator que reduz, sensivelmente, o risco do criminoso ser pego. "O bandido busca o que é mais fácil para o seu enfrentamento. Ele considera o crime como se fosse um negócio, e, para isso, avalia os riscos e as oportunidades. Para o assaltante roubar alguém em via pública, é menor o risco para ele, se a vítima for uma mulher", diz o coordenador do Ciodes. "Aí vem a questão da oportunidade: ele sabe que a vítima tem uma bolsa, que dentro daquela bolsa há vários objetos, inclusive, de valor. Dessa forma, se ele tiver que escolher entre praticar um roubo contra um homem, ou contra uma mulher, certamente, ele vai escolher a segunda opção", acrescentou. Nylton afirma que os assaltantes esperam a melhor oportunidade para agir. Eles observam se a mulher está a pé, parada no sinal ou saindo de uma agência bancária: "Elas são alvos preferenciais do criminoso". Alerta Algumas medidas podem evitar que as mulheres sejam vítimas de bandidos. A polícia alerta que atitudes preventivas não podem ser deixadas de lado. "Não se deve falar ao celular dirigindo, ou mesmo parar no sinal conversando ao telefone. Cuidado com as bolsas. Não ostente objetos de valor", aconselha o major. "As pessoas não estão atentas. E isso vale tanto para os homens, quanto para as mulheres. O melhor conselho que se pode dar a alguém para evitar uma ação criminosa é estar atento. Quando isso acontece, ela acaba tomando ações preventivas, porque vai perceber e suspeitar de qualquer situação", afirma o major Nylton Rodrigues. O militar completa, ainda, que o fato da pessoa estar sempre em alerta pode ajudar, inclusive, na ação policial. Assim que um suspeito for visto, a pessoa poderá avisar a Polícia Militar - através do Ciodes-190 -, e, de repente, evitar que o crime aconteça. "Se a pessoa estiver mais atenta, ela vai passar a observar atitudes suspeitas. E se isso acontecer, o cidadão deve ligar para o Ciodes-190 e avisar sobre a presença desse indivíduo. Isso acontece todos os dias, mas o Ciodes é pouco acionado", garante. Major Nylton disse ainda que a polícia precisa do poder de observação da sociedade. "Se o cidadão ficar mais atento, ele poderá se tornar os olhos da polícia, evitando crimes". Se o objetivo do bandido for roubar um carro, não importa se quem o conduz é homem ou mulher. Quem garante é o delegado Antônio Coutinho, titular da Delegacia de Furtos e Roubo de Veículos (DFRV), em Vitória. Coutinho justifica que o fato de os criminosos estarem sempre armados - e nunca andarem sozinhos - é garantia que eles têm para ter sucesso na abordagem da vítima. "O assaltante age no momento certo para ele, e de descuido da vítima. Como os assaltantes, na maioria das vezes, estão armados, eles não escolhem seus alvos pelo sexo, mas sim, pela circunstância que facilita o crime", garante o delegado. O chefe da DFRV alerta aos condutores para o uso de insulfilme. "É um grande erro achar que mantendo os vidros do carro muito escuros, impedindo a visão de quem está dentro, é uma atitude de segurança. Muito pelo contrário. O bandido vai em cima de um alvo. Ele não quer ter a surpresa de abordar o motorista e encontrar a família inteira. E o resultado dessa surpresa, normalmente, é desastroso", afirma Antônio Coutinho. O delegado salienta, ainda, que se a vítima for rendida dentro de um carro com vidros escuros, ninguém de fora vai perceber a ação e poder ajudar. Saidinha de banco A recomendação feita pelo delegado Líbero Pernello, da Delegacia de Roubo a Banco, é sempre tomar cuidados ao entrar e sair de agências bancárias. O delegado alerta que um dos principais alvos são mulheres e idosos. Por isso, recomenda que o idoso esteja sempre acompanhado de uma pessoa de confiança quando tiver de ir a uma agência bancária. "Mulheres com bolsas e sacolas com volumes sempre chamam atenção dos assaltantes que ficam à espreita. Elas também são alvos preferenciais", alerta o delegado. Outros alvos são funcionários de empresas que fazem depósitos rotineiros levando malotes. "É preciso alterar sempre horário e o trajeto a ser feito. Os bandidos vigiam esses funcionários e esperam o momento certo para roubar. Outra dica é evitar a movimentação em dinheiro vivo", frisa o delegado Líbero Pernello. Artes marciais De representantes do "sexo frágil" a destaques nos tatames. Em busca de defesa pessoal, muitas mulheres recorrem às academias para aprender alguma técnica de autodefesa ou arte marcial. Para a maioria delas, o objetivo principal é saber lidar com situações perigosas. Há seis meses, a assessora de comunicação Fernanda Andrade, 33 anos, treina krav maga no Rio de Janeiro. Ela conta que trata-se de uma técnica israelita de defesa pessoal. "O krav maga é para defesa, não para reação. Nunca precisei usar a técnica, e espero nunca precisar. Mas aprendemos a agir no momento exato, e a utilizar qualquer coisa que estiver na mão", destaca Fernanda, que praticou capoeira durante 10 anos e kung fu, durante três. Um dos treinadores dela, o mestre Cláudio Oliveira, afirma que entre os alunos, 30% são mulheres, número que, de acordo com ele, está em constante crescimento. O mestre em kickboxing Laécio Nunes confirma o interesse feminino pelas artes marciais e destaca que, hoje, a presença das alunas nos treinos acontece de forma massiva e constante. "O perigo está em todo o lugar, não só nas ruas, mas em casa, em shows. Por isso, trabalhamos o autocontrole", explica Nunes. Fonte: Gazeta Online Capturado em 07/10/2011 Postado por Sheila Cristina Venturini Rodrigues |
Este Blog destina-se a realização de atividades e interação entre os membros do curso Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça - GPPGR, em especial os componentes do grupo 4, bem como todo aquele ou toda aquela que quiser expor suas ideias a respeito do tema "Igualdade de gênero, raça / etnia na educação formal".
sábado, 8 de outubro de 2011
Mulheres estão na mira de assaltantes em toda Grande Vitória
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